Encontro das Comunidades Macaenses 2010

A recepção de boas vindas aos participantes do Encontro das Comunidades Macaenses ocorreu no dia 27 de novembro na Escola Portuguesa de Macau. Um reencontro verdadeiramente emocionante para a maioria, onde já se mostrava como seria de grande importância para nossa comunidade o convívio com amigos de longa data, que já não se viam a muito, quanto matar a saudades de parentes distantes e da própria terra, sem contar com as delícias gastronômicas que somente lá estão! A comunidade Macaense vinda de várias partes do mundo se misturava entre muitos abraços saudosos e sorrisos, muitos tentando reconhecer feições, outros descobrindo parentes que não conheciam, porém uma única certeza, que Macau é Sempre a (nossa) CASA!

 

Devemos parabenizar a todos que fizeram parte da organização do evento, e principalmente a RAEM, e ao Chefe do Executivo, Chuí Sai On, pelo sucesso simpatia e calorosa recepção.

A título de informação, vale citar que o primeiro Chefe do Executivo de Macau, Sr. Edmund Ho, colocou Macau no mapa. E em seu discurso em Encontro anterior também nos emocionou, com recepção primorosa, e palavras… “Bem vindos a Macau, esta… é a vossa casa”

Entre outras autoridades, vale ressaltar a presença incansável a todos os eventos, sempre acompanhado de sua simpática esposa e integrando a Comissão de Honra o General Rocha Vieira, último governador português de Macau, que veio especialmente. Em seu primeiro dia em Macau, soube sintetizar bem o significado do Encontro, em entrevista ao JTM, afirmou “Que participar do Encontro tem muito significado sublinhando que o regresso a Macau traz-lhe sempre boas recordações… a realização é uma boa decisão do governo da RAEM… a diáspora macaense vir a sua terra de origem é bom para Macau e para os macaenses… um encontro com as raízes, e a manutenção de uma realidade própria… e ainda citou que aqueles que vivem no exterior tragam seus descendentes e amigos”.

Nossa Casa foi muito bem representada por nosso Presidente Alberto D’ Assumpção, Vice-Presidente Bernardo Carion, Diretores e sócios. Não éramos muitos, porém todos participando ativamente de todos os eventos.

E assim, se seguiu no dia 28 de novembro pela manhã, estivemos no Teatro D. Pedro V, em evento organizado pelo Instituto Internacional de Macau.

Presidido pelo Sr. Jorge Rangel, onde houve apresentação de novas edições relacionadas com as comunidades macaenses e entrega dos prêmios Identidade 2009 e 2010. Seis novos livros sobre Macau, desde ao fascínio do cinema em Macau ás características da comunidade radicada em Hong Kong, ou às memórias de um macaense nos EUA. São elas: Falar de nós (volume cinco e seis) de Jorge Rangel; Meio século em Macau de J.J. Monteiro; Things I remember de Frederick Silva; The portuguese community in Hong Kong (volume dois) de Antonio Jorge da Silva; Cinema em Macau de Henrique Senna Fernandes,compilado por Miguel de Senna Fernandes; e Danilo no Teatro da Vida de Pedro Barreiros. Livros estes adquiridos por nossa Diretora Cultural, Silvana D’Assumpção.

A mais antiga associação de macaenses na diáspora “UMA-União Macaense Americana” e a mais vetusta instituição de matriz portuguesa estabelecida em Macau “Santa Casa de Misericórdia”, receberam o premio identidade 2010 e 2009 respectivamente.

Seguiu-se um almoço maravilhoso!

À noite enfim, no Venetian, a Cerimônia de abertura oficial

Música chinesa na recepção. Uma sala repleta de gente. O antigo e o actual Chefe do Executivo da RAEM. Um ex-Governador português de Macau. Representantes da China e da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). Deputados e afins. Todos juntos num só pressuposto: Macau.

Discursando somente, José Manuel Rodrigues, presidente da Comissão Organizadora do Encontro das Comunidades Macaenses, Fernando Chui Sai On, Chefe do Executivo, e Vasco Rocha Vieira, o último Governador português do território.

Presidida pelo Nosso Chefe do Executivo, Chuí Sai On. “Sejam bem vindos a esta tão vossa conhecida e bela terra mãe” começou ele, perante mais de mil pessoas, emocionadas, ele constatou que a comunidade macaense existe em Macau a mais de quatro séculos, sendo assim, um “elemento inseparável da sua história e parte integrante da população… É dotada de uma cultura fascinante e única… a convivência harmoniosa entre comunidades tem sido, desde sempre, uma valiosa tradição da sociedade local…” e em relação às comunidades macaense e portuguesa perante o processo de desenvolvimento da RAEM, citou: “têm participação ativa nos diferentes domínios, servindo a sociedade, cada qual trabalhando e assumindo o seu papel específico, contribuindo empenhadamente para o progresso desta terra… uma das prioridades é a concepção de um plano de desenvolvimento global projetado para o futuro, norteado pela promoção do desenvolvimento social e dos valores humanistas. Queremos, assim, elevar a qualidade de vida dos residentes e o posicionamento de Macau como centro mundial de turismo e de lazer caracterizado pela diversidade e coexistência de culturas e pelo desenvolvimento sustentável”. E, ainda se disse agradado com o fato de que macaenses de todos os cantos do mundo terem aderido ao Encontro. Que independente do lugar os macaenses manter vivo e firme o espírito empreendedor.

Agradeceu também ao Conselho das Comunidades Macaenses, as Casas de Macau espalhadas pelo mundo e as entidades, organizações e pessoas que trabalharam para realização do Encontro. Terminou dizendo: “Esta ocasião em que estamos aqui todos reunidos, é do fundo do coração que vos digo que Macau será sempre o nosso lar!” Aproveitando, o líder do Governo lembrou a plateia que está em marcha os projetos em que todo apoio será bem vindo posto que na 3ª Conferência Ministerial do Fórum para Cooperação Econômica e Comercial entre China e Países de Língua Portuguesa, realizado recentemente em Macau, com assinalável sucesso, os países participantes assinaram um Plano de Acção para a Cooperação econômica e Comercial (2010-2013). Onde, um dos consensos alcançados foi, a importância do reforço do papel privilegiado de Macau enquanto ponte para o intercâmbio econômico e comercial e para a cooperação amigável entre a China e os países de língua portuguesa.

O General Rocha Vieira,  sublinhou que foi com muita satisfação e emoção que recebeu o convite para vir ao território na companhia da sua mulher. Para o ex-Governador, a “transição não foi uma ruptura, mas uma continuidade” e defendeu que o evento é um “encontro com as raízes e a manutenção de uma realidade própria, que é uma mistura de culturas e gentes que viveram aqui durante muitos séculos”.

José Manuel Rodrigues, além de divulgar as intenções de candidatar a gastronomia macaense e o ‘Doci Papiaçam di Macau’ ou, simplesmente patuá, a património intangível da UNESCO, pediu ao Governo da RAEM “apoio para que algumas actividades possam reunir as condições de alcançar os objectivos com sucesso”. “Esperamos poder contar com a compreensão e apoio do Governo para a criação do Centro de Cultura Macaense cuja sede ideal seria localizada nas instalações renovadas do Jardim de Infância D. José da Costa Nunes”, disse Rodrigues.

Para o responsável, é “urgente encontrar uma solução que atenue as despesas com a manutenção das sedes das casas de Macau, assim como as diversas actividades que pretendem levar a cabo”.

No dia 29, nosso Presidente Alberto d’ Assumpção, participou pela manhã na sede provisória da CCM, da reunião do Conselho Geral do Conselho das Comunidades Macaenses. Foi reeleito Presidente do Conselho Permanente, José Manuel Rodrigues, e, após 4 horas por ainda houve tempo para eleger por unanimidade e aclamação três membros honorários: o primeiro Chefe do Executivo da RAEM, Edmund Ho, o último governador português de Macau, general Rocha Vieira e o falecido escritor Henrique de Senna Fernandes.

E deste modo ficou como Presidente do Conselho Geral Leonel Alves (APIM), No Conselho Fiscal, Presidente José Luís de Sales Marques. Jorge Alberto Rangel como Presidente do Conselho Consultivo. Após pequena pausa para almoço, seguiu no início da tarde, a reunião do conselho permanente onde se discutiram temas como, financiamento das Casas de Macau no exterior, a juventude e a eventual candidatura do patuá e da gastronomia macaense a Patrimônio Intangível da UNESCO. Mas principalmente, o ENCONTRO DE JOVENS, por confirmar a realização do II Encontro para o próximo ano! E por isso, a importância da criação de um núcleo de jovens macaenses locais e da diáspora.

Enquanto isso, os demais membros participantes de nossa casa seguiram com visita guiada por especialistas do Instituto Cultural de Macau a locais históricos. E, durante o passeio, constatou-se que precisam mexer muito na memória para encontrar a “Macau dos tempos de criança”. As diferenças são evidentes, as mudanças ocorrem com o passar de dias… Os mais antigos já não reconhecem os lugares, prédios altos e jardins lindamente arborizados e tratados… Macau Cresceu! Modernizou-se, mudou realmente, porém nota-se uma lindeza sem igual. Mas, os sabores, são os da infância… a comida é uma das saudades que ainda permanece igual… São cheiros inconfundíveis… Inexplicáveis… E Hoje, já no Brasil, digo, fica o sabor da SAUDADE!

À tarde, todos os membros do Encontro compareceram a Foto oficial nas Ruínas de São Paulo, que teve a presença do Chefe do executivo e sua comitiva.

À noite, Jantar de Gala, no Grand Hyatt, oferecido por Cheong U, Secretário para Assuntos Sociais e Cultura.

Em discurso, Costa Antunes abordou o desenvolvimento da Macau, afirmando que “a paisagem do território mudou-se muito com a construção de hotéis, resorts, casinos e centros de convenções ajudando a Macau a estar no mapa internacional do turismo e negócios”

E, José Manuel Rodrigues dirigiu-se a Cheong U para pedir ao Governo da RAEM apoio para as atividades e atenuar as despesas com a manutenção e atividades das Casas de Macau. Como também as atividades da Confraria Macaense e à candidatura do Patuá como patrimônio intangível da humanidade.

Cheong U, subiu ao palco e entregou lembranças alusiva a Macau aos presidentes das Casas de Macau. E Nosso Presidente retribuiu com uma Placa  de nossa Casa!

 

Mas um encontro maravilhoso, regado a boa comida… onde nos confraternizamos com os demais membros das diversas Casas de Macau… Reencontrando mais amigos e parentes.

Dia 30, foi o “Dia da Cultura”, pela manhã assistimos à conferência sobre Patuá e a esplêndida apresentação do Henrique d’ Assumpção, autor do site “Macanese Families website”, no auditório do Instituto Politécnico de Macau. Também foi orador Alan Baxter, Deolinda Adão e Miguel Senna Fernandes, que além da apresentação nos divertiu com vídeo sobre Patuá.

 

Vale ressaltar que o Sr. Henrique d’ Assumpção tem construído uma base de dados, com espetacular trabalho de investigação, compilando dados sobre a comunidade e recolhendo histórias sobre as famílias macaenses; partindo da espinha dorsal que é os livros de Jorge Forjaz, e com auxilio de macaenses que se interessaram pela base de dados. É uma maneira de reunir as famílias, além de outras tantas possibilidades, e ele fez um apelo aos macaenses que contribua com dados e informações em geral, registrando episódios e guardando fotos. (www.macanesefamilies.com)

Deolinda declarou a importância da candidatura a UNESCO como patrimônio cultural intangível. E se não se concretizar a candidatura, defende um levantamento posto que o processo seja importante para que o Patuá não morra.

Baxter propõe bolsas de estudos para Malaca. Acredita que seja muito tarde para preservar o dialeto em plenas funções, mas poderá continuar a desempenhar funções simbólicas, para objetivos culturais específicos. “O maquista provém da Malaca, com gramáticas muito próximas, a língua é falada diariamente e algumas crianças ainda falam.”

Patuá

E por último, Miguel de Senna Fernandes deu uma receita para que a diáspora macaense contribua para evitar a extinção do patuá: “Partilhem o que sabem”

E, à noite a comissão organizadora do Encontro das comunidades macaenses e as delegações das casas de Macau, compareceram a recepção na casa do Cônsul de Portugal na RAEM. O nosso Presidente, Alberto d’ Assumpção, Presenteou o Cônsul com a Placa de nossa Casa de Macau. Onde  apreciamos uma vista divina de Macau, um entardecer maravilhoso! …música… com a presença do Chefe do executivo, o ex-governador e da comendadora Rita Botelho dos Santos… entre outras autoridades, num coquetel saboroso, regado a Ramón Serrano Espanhol…

Dia 01 de dezembro, foi o dia da fé na diáspora, dia da Nossa Senhora de Fátima, padroeira das Comunidades Macaenses…Pela manhã, nosso presidente esteve em cerimônia de deposição de coroas de flores, junto ao monumento das comunidades macaenses, depois seguiu ao encontro dos demais sócios de nossa casa e os filhos da terra das demais associações… O Bispo de Macau D. José Lai, celebrou a missa e o Te Deum na Catedral da Sé.

E, fez referência ao episódio bíblico de Abraão para ilustrar que tal como o profeta a “quem Deus disse para deixar a sua terra”, para seguir a missão de ser mensageiro, também a gente de Macau partiu mas levando as raízes da fé cristã.

Nosso presidente fez a Primeira Leitura.

O bispo ainda disse que a comunidade macaense é a “FORÇA” para o intercâmbio entre o oriente e o ocidente, ao constatar a importância da diáspora na difusão da fé cristã enquanto herança portuguesa. “é uma força também para esse intercâmbio cultural em Macau, sobretudo entre a cultura chinesa, oriental e ocidental.” Já durante a tarde os participantes do encontro se encontraram na inauguração do renovado espaço do Jardim de Infância “D. José da Costa Nunes”, um local onde “muitos de várias gerações aprenderam as primeiras letras”, e o convívio esteve presente, através da música, com apresentação de artistas locais e da diáspora… Onde fomos ricamente representados por nossos associados Leonardo Carion (Léo) e seu irmão Mário Carion. E, vale lembrar o Chá gordo, da típica gastronomia macaense, que levou aos participantes o paladar da lembrança dos sabores da infância.

O Presidente da CCM, Jóse Manuel Rodrigues voltou a expressar a vontade de ver naquela instalação o Centro de Cultura Macaense, adiantando que é um desejo compartilhado entre a CCM, APIM e da Confraria de Gastronomia Macaense.

No dia 02 foi o dia da Gastronomia!

Pela manhã, houve a conferencia sobre cultura gastronômica no “Grand Hall” do Instituto de formação turística.

Foram oradores, Annabel Jackson, Cíntia Serro, Maria da Garça Pacheco Jorge Barreiros e José Manuel Alves.

É por ter uma História que terá nascido no final do século XVI, que junta sabores portugueses, indianos, malaios e ingleses, e se preenche por outras “estórias” de Macau, mas não só, que a comida tradicional desta comunidade tem de ser preservada e para tal até classificada como Patrimônio Intangível da UNESCO, defendeu Annabel Jackson, que tem investigado a cozinha macaense. “Se a dieta mediterrânica, a cozinha Francesa e o Flamengo de Espanha estão classificados com Patrimônio Intangível da UNESCO, com certeza que a gastronomia Macaense” pode ser incluída nesta lista para que seja preservada. Referindo-se a uma das cozinhas de fusão mais antiga, a acadêmica afirmou ainda a necessidade de estes sabores antigos chegarem ao paladar dos turistas, pelo que deve haver mais restaurantes com a cozinha crioula de Macau. Mencionando que será um meio para preservar esta cozinha secular. A acadêmica, que investigou os sabores macaenses, afirma também que é preciso levá-los a mais restaurantes.

Cíntia Serro busca nas lembranças da infância, “Fiel seguidora das receitas herdadas da tia/mãe Albertina” que, “por sua vez, as deve ter herdado dos seus antepassados de Macau”, cozinha pratos macaenses não só pela comida “mas especialmente pelo seu significado e pelos sentimentos e recordações”. Criada na zona de São Lourenço salientou que a tradicional gastronomia Macaense não se “deve deixar perder ou cair no esquecimento”. Durante a conferência sobre “Cultura Gastronômica”, Cíntia Serro que tem praticado a cozinha “maquista” pelos três continentes onde se movimenta referiu que “muitos anos já se passaram” desde que estes sabores apareceram e “muito poucas pessoas” lhe “deram importância, não existindo qualquer preocupação em registrar receitas tão preciosas”… “Ainda bem que hoje em dia se está a despertar para uma realidade que nos identifica”, realçou, frisando que tem “receitas sem conta” manuscritas e tenta passar o legado aos seus filhos e também a outras pessoas através de demonstrações. Um caderno de memórias que pode ter um lugar nas gerações de hoje para que se mantenha a “identidade”.

Também Graça Pacheco Jorge, “que pertence a uma família desta terra cuja origem se perde na História de Macau”, defendeu a necessidade de motivar os mais jovens para os comeres da sua terra. “Devíamos fazer mais reuniões nas Casas de Macau espalhadas pelo mundo fora, mais reuniões para chamar os jovens”, considerou a autora do livro “A Cozinha de Macau na Casa do meu avô”, lançado em 1992. “todas as famílias têm a sua maneira de cozinhar”. Como a comida macaense marca a identidade da comunidade e de cada filho da terra, e também vai a um passado afastado. O bisavô materno Câncio José Jorge que “foi durante os faustosos no século XIX de Macau o responsável pelas ‘soirées’ de sábados” deixou o legado à geração seguinte e na casa da Rua da Penha nº10 não faltavam “lautos banquetes” freqüentados por muita gente. Não é só através das receitas manuscritas e da prática caseira que Graça José Jorge mantém a tradição. Os workshops que ministra, por exemplo, em Portugal, onde atualmente reside, também levam os sabores da comida da sua terra mais longe, através de pratos como o tão famoso “Minchi”.

UMA COZINHA SECULAR. A Confraria da Gastronomia Macaense partilha da mesma opinião. “A comida macaense é uma comida secular, que tem pergaminhos para chegar à Plataforma da UNESCO como Patrimônio Intangível”, afirmou o presidente Luís Machado. Para tal é necessário “divulgar, por as pessoas a remar no mesmo sentido”, mencionou.

Já no que diz respeito à divulgação da comida macaense nos restaurantes internacionais, Luís Machado referiu que o que falta é a formação, sendo que há a necessidade de haver chefes que dêem essa formação. Passos que estão a ser dados através de um protocolo com o Instituto de Formação Turística.

O grão mestre José Manuel Alves, presidente da Confraria dos Gastrônomos do Algarve e vice-presidente da entidade européia, também participou na conferência e, além da história e de imagens do Algarve, trouxe uma cataplana lançando o repto, entre sorrisos, para que na próxima vez seja possível ali confeccionar a comida macaense.

“Estamos interessados em descobrir novas receitas (…) e queremos cada vez mais partilhar os nossos sabores”, referiu após a sua apresentação, dizendo ainda que “a base da comida macaense é a gastronomia portuguesa com as alterações próprias da terra”.

Que a origem dos sabores desta terra vêm de longe ninguém duvida. “A cozinha macaense (…) vem da mistura da gastronomia tradicional do nosso país, acrescida de sabores trazidos pelos temperos dos diversos sítios por onde os navegadores passaram”. Após a conferência fomos brindados com um divino almoço no restaurante do IFT.

A noite, enfim, num jantar, que decorreu no Grand Hyatt, a Confraria da Gastronomia Macaense ratificou o protocolo de geminação com o Conselho Europeu das Confrarias Enogastronômicas (CEUCO), que tinha sido assinado em Bordéus. A par disso, formalizou ainda outro protocolo com o Instituto de Formação Turística e entronizou três confrades extraordinários e alguns confrades de mérito.

São agora confrades extraordinários da Confraria da Gastronomia Macaense, os restaurantes Long Kei, Fat Siu Lau e Solmar. O presidente da Confraria explicou que o trio de restaurantes foi escolhido pela tradição, porque “os macaenses têm-se reunido nesses locais desde anos 40”, referiu Luís Machado. Na ocasião, foram ainda entronizados confrades de mérito Henrique de Senna Fernandes (a título póstumo), Jorge Neto Valente, Leonel Alves e também Carlos Cosme e José Manuel Alves, respectivamente, presidente e vice-presidente do CEUCO. Por sua vez, José Manuel Alves, enquanto Grão-Mestre da Confraria dos Gastrônomos do Algarve – geminada com a Confraria da Gastronomia Macaense -, entronizou como novos confrades José Manuel Rodrigues, Lourenço do Rosário e Sebastião Rosa. Quase no final da cerimônia, foi anunciado que José Manuel Rodrigues, – presidente do Conselho das Comunidades Macaenses -, passa a exercer as funções de Embaixador do CEUCO para a Ásia.

“É com muita honra que aceito essa distinção e irei fazer o meu melhor para honrar o CEUCO nesta zona do globo. Iremos estabelecer contactos e atividades que vão despertar o interesse da Ásia em relação à gastronomia ocidental”, indicou o responsável aos jornalistas. Salientando que ainda é cedo para falar concretamente em parcerias, José Manuel Rodrigues prometeu, contudo, “divulgar a riqueza da gastronomia das múltiplas cozinhas da Europa” pela Ásia para que, no futuro, o CEUCO possa “estabelecer contactos de cooperação com associações congêneres asiáticas, nomeadamente Japão, Tailândia e China”.

O objetivo de incremento do intercâmbio e convívio entre confrarias européias e associações congêneres da Ásia foi também destacado pelo vice-presidente do CEUCO. “É a amizade e a fraternidade que está na base de todas as confrarias. Pretendemos criar um intercâmbio com a Ásia”, realçou, deixando a idéia de uma partilha de gastronomia e produtos entre as partes já no próximo congresso, que se vai realizar em Albufeira.

José Manuel Alves justificou também a criação da figura do Embaixador para a Ásia. “Pensamos que a Confraria da Gastronomia Macaense é a mais indicada para representar a nossa instituição na Ásia, porque falamos a mesma língua e temos uma base muito similar entre as nossas gastronomias”.

E, nem precisamos dizer como foi o Jantar…..

Dia 03 de dezembro foi o dia da Juventude

O dia mais importante do nosso encontro, pois muito se falou da participação dos jovens da diáspora para os futuros encontros. É muito importante, que cada Casa de Macau, traga para o convívio os Jovens!

Pela manhã os jovens participaram de uma visita a Universidade de Ciência e Tecnologia que foi representado por nosso Vice Presidente Bernardo Carion e nossa Diretora Sócio Cultural, Silvana Assumpção. Onde houve uma palestra seguida de visitação do Centro Universitário e tecnológico. Além da Educação desde a pré-escola até a Universidade.

À tarde fomos ao torneio de BOWLING dos Jovens no Macau Dome, onde fomos representados por nossa associada SABRINA ASSUMPÇÃO, infelizmente não foi a vencedora do torneio, mas teve uma participação brilhante.

também tivemos a participação dos demais jovens de nossa casa numa disputa Extra-oficial, muito divertida.

Além de torcer pela nossa associada Sabrina.

A noite, tivemos a festa “Baile”, para os jovens, mas que juntou todas as gerações.

Depois de oito dias de atividades aconteceu à festa organizada no dia dedicado à juventude.

Jovens macaenses da Diáspora e locais juntaram-se com as famílias num jantar bastante animado.

A geração mais nova mostrou o seu talento em palco com uma série de espetáculos que incluíram dança e música.

Enquanto a pequena Ysabelle Capitule “agarrou” os convidados às cadeiras com o seu talento para os movimentos Hip Hop, o grupo The Ritchie’s levou algumas pessoas a interromperem o jantar para uns passos de dança em frente ao palco.

Foram poucos os jovens macaenses que participaram no convívio, mas esperam-se muitos mais para o II Encontro dos Jovens Macaenses, que provavelmente será realizado no próximo ano.

O presidente da comissão organizadora do Encontro dos Jovens Macaenses, Sales Marques, reiterou, na ocasião, que devem ser os mais jovens a tomar, cada vez mais, as “rédeas” do evento. A festa continuou pela noite dentro, num clima de grande confraternização entre gerações, que é evidenciado nas fotografias…

 

Houve atuação de artistas e conjuntos locais e da diáspora, no Grand Hall, da Torre de Macau.

No dia 04, nosso Presidente, foi convidado para um almoço informal no Clube Militar de Macau, pelo então Presidente  do Instituto Internacional de Macau Dr. Jorge Rangel, e o presenteou com a placa de nossa Casa!

E, Dia 05 de dezembro, termina assim  4º Encontro das Comunidades Macaenses sob os auspícios da RAEM “Macau 2010” A festa de encerramento para os cerca de 1.500 participantes foi realizada na Doca dos Pescadores.

 

 

 

E, na hora da partida, os participantes puderam “adquirir” a memória, em livro, dos anteriores três Encontros. Também foi lançada uma pequena obra de Leonel Barros, sobre as igrejas de Macau todos dois livro editados pela Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM).

O livro “Os Três Encontros das Comunidades Macaenses sob os Auspícios da RAEM”, dirigido por José Rocha Dinis, congrega textos em português, inglês e chinês sobre os três Encontros anteriores, “profusamente animados por fotografias”. “Participei, através do Jornal Tribuna de Macau, nas romagens de saudades e depois nos Encontros. Para se compreender o futuro é preciso se perceber o passado”, disse Rocha Dinis, na apresentação do livro.

O livro, à venda por 100 patacas, recorda então os anteriores reencontros dos macaenses e vai continuar a ser atualizado, indicou o presidente da APIM e do Conselho das Comunidades Macaenses – entidade organizadora do Encontro. “O livro vai ser aperfeiçoado e enriquecido com depoimentos e imagens deste Encontro para celebramos condignamente o 5º, que se realiza em 2013”, referiu.

Para já, os macaenses podem conhecer ou então ter sempre presente os momentos e as pessoas que fizeram parte dos Encontros de 2001, 2004 e 2007. “Personalidades macaenses que já nos deixaram estão no livro, além de no coração de todos nós, e muitas das caras que vejo aqui também se encontram lá”, destacou.

Leonel Barros, autor de “As Igrejas de Macau e Cerimônias Religiosas”, não esteve presente por motivos de saúde, mas o secretário da Assembléia Geral da APIM, Luís Machado, introduziu o livro aos presentes. “Este livro vem no seguimento de uma longa série de pequenas obras de fácil leitura. Mostra como foram construídas as igrejas, onde estão localizadas e fala das cerimônias religiosas, que são bastantes em Macau e um fator de união entre os macaenses”, observou.

Luís Machado aproveitou para salientar a “grande devoção” que Leonel Barros sempre deu à sua terra, referindo ainda que as amizades que este foi fazendo ao longo de várias décadas permitiram a produção do livro a um custo reduzido e, por conseguinte, a sua venda por 50 patacas.

A necessidade de cativar as gerações mais jovens na diáspora para a atividade associativa foi várias vezes referida ao longo do Encontro. No jantar de encerramento, essa preocupação voltou a ser a nota tônica dos discursos de responsáveis das Casas. “Somos pioneiros em introduzir na nossa associação a nova geração, para que continuem a transmitir o bom nome da Casa de Macau no Brasil. Já temos na nossa direção três membros da nossa geração”, disse Armando Ritchie, da Casa de Macau de São Paulo. Fernanda Ho, da Casa de Macau Vancouver, prometeu tentar instigar nos mais novos a importância dos Encontros.

Aos jornalistas, o presidente da Comissão Organizadora disse ser importante que “cada Casa crie condições para que haja jovens que possam tomar conta das suas atividades”.

Segundo José Manuel Rodrigues, os jovens participantes no Encontro “sentiram que havia um chamamento muito forte para poderem corresponder”. “O que as Casas deviam fazer para cativar jovens é chamá-los e entregar-lhes as rédeas das atividades”, observou. “É um erro se continuarmos a teimar e ser os mais velhos a preparar as coisas e dar aos jovens. Isso não resulta.

“É chamá-los, perguntar o que é que eles querem e deixá-los trabalhar”. Também Rocha Vieira, em declarações à Lusa, considerou ser “muito positivo” que a comunidade tenha aproveitado o Encontro não só para falar do “passado, da saudade, mas também para olhar para o futuro, para a importância das novas gerações e o dever de se motivarem os jovens para ficarem agarrados às suas raízes e sentirem por que”.

Em 2011, vai realizar-se em Macau o II Encontro dos Jovens Macaenses. José Manuel Rodrigues fez votos para que seja dinamizado um núcleo de jovens para tomar conta das associações macaenses Disse: O Encontro das Comunidades Macaenses “começou bem e vai terminar com muito sucesso”, tendo mesmo ultrapassado “todas as expectativas da comissão organizadora”.

De acordo com o presidente da Comissão Organizadora, o sucesso da quarta edição do Encontro está espelhado “no número de macaenses” participantes e também “na grande adesão por parte dos jovens da diáspora e de Macau, no sentido de convergir esforços para que possamos, em breve, ter um núcleo de jovens que futuramente irá tomar as rédeas das nossas instituições”.

Todos os responsáveis das Casas de Macau espalhadas pelo mundo subiram ao palco e proferiram curtos discursos de balanço da participação no Encontro. O tom geral foi de agradecimento, mas houve quem tenha apontado algumas pistas para garantir a continuidade da vitalidade associativa da comunidade na diáspora.

Também o general Rocha Vieira, convidado de honra do Encontro, pensa que a diáspora macaense tem um papel relevante a desempenhar na promoção da região no exterior. O último governador de Macau sob administração portuguesa fez um “balanço muito positivo” da iniciativa, realçando o seu papel na criação da “consciência de que a comunidade macaense se deve abrir mais e mais aos países e sociedades onde está integrada e deve ser agente da promoção de Macau no exterior”. “Julgo serem benéficos para Macau a realização destes encontros, a criação dessa consciência de que a comunidade deve ligar Macau ao exterior e o reforço da ligação da diáspora à comunidade aqui residente”, analisou, em declarações à agência Lusa.

O jantar foi servido ao som de várias bandas macaenses, que se apresentaram no palco do anfiteatro romano da Doca dos Pescadores. Para o próximo Encontro, que acontecerá daqui a três anos, não está nada ainda planeado, exceto o mês em que se realizará, revelou José Manuel Rodrigues: “Conforme a tradição, será em Novembro.”

Fazemos um agradecimento especial, a Isabel Pedruco… (prima de nosso saudoso amigo e Ex- Presidente Luis Pedruco),  incansável guia e auxiliar na organização do evento que nos acompanhou por todos os dias desde a manhã até o final da noite. E, a todos os demais membros da organização do “encontro”.

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